Ministração na Igreja Presbiteriana (Foto: Jhenifer Lelis)
Desde o início do relato da
criação do mundo e da humanidade em Gênesis podemos perceber claramente o
relacionamento de Deus com o ser humano. Este relacionamento era intenso,
profundamente amoroso e de qualidade, Deus sempre se importou com o ser humano,
ele sempre tomou a iniciativa de manter um relacionamento baseado em amor,
fidelidade e justiça. Ele nunca quis que o ser humano sofresse, ao contrário,
por ser Ele Amor, seu único desejo era que toda a humanidade vivesse feliz, mas
o ser humano falhou e foram expulsos do paraíso.
A expulsão de Adão e Eva do
Jardim do Éden foi ao mesmo tempo um castigo e um ato de misericórdia, evitando
que comessem da árvore da vida e vivessem eternamente num estado de morte e de
alienação de Deus. Ele praticou Sua justiça amando intensamente a Sua criação.
Além da criação, o amor de Deus
esteve presente no Antigo Testamento através do Seu envolvimento com o povo de
Israel, com base na aliança que fizera com os israelitas por meio de Moisés, a
conquista da terra prometida, a vida do povo sob a autoridade de juízes e reis,
as muitas advertências que Ele fez através dos profetas chamando o povo ao
arrependimento e a nova aliança em Jesus Cristo. Todos esses acontecimentos
demonstram como Deus amou Seu povo em todo tempo e se manteve fiel a Suas
promessas, agindo sempre com justiça e misericórdia.
Se pararmos pra pensar na
cronologia dos acontecimentos bíblicos podemos dizer que o amor de Deus sempre
foi cheio de cuidado, misericórdia, justiça, bondade, persistência e graça
buscando um relacionamento sincero e único com o ser humano. Ele se tornou
homem e viveu entre nós em Jesus e assim temos a nova aliança, nós somos
perdoados e redimidos dos nossos pecados, somos reconciliados com Deus,
voltamos a ter um relacionamento harmonioso com Deus.
Assim como Deus é amor e como Ele
nos amou e nos ama, devemos em nossa vida cristã também aprender a amar,
primeiro ao Senhor Deus acima de todas as coisas e depois ao nosso próximo como
a nós mesmos. Nós somos a imagem de Deus, o mesmo Deus que existe em três
pessoas, pessoas que são amor, um amor perfeito e único desde a fundação do
mundo. O amor de Deus é um compromisso de auto sacrifício exclusivo com a
humanidade, comprometido e fiel em fazer o que é melhor para Seus filhos,
independentemente se eles merecem ou não, e Sua maior demonstração de amor na
história foi a morte de Jesus Cristo.
Vou terminar com uma citação
ontológica, que nada mais é que um conciso resumo das ideias da obra elaborada
pelo Dr. Carlos E. B. Calvani:
"Amor sem Poder é ineficaz;
carece de viabilidade prática para atingir seus objetivos e perde-se no vácuo
do idealismo romântico; Amor sem Justiça é mero sentimentalismo cego às
exigências da vida; Poder sem justiça conduz à opressão, pois desconhece suas
implicações sociais; Poder sem Amor leva ao despotismo e à tirania resultantes
da autoglorificação; Justiça sem Amor é contraproducente, pois tende a agir
destrutivamente e não de modo transformador, legitimando atos de violência;
Justiça sem Poder é inoperante, só resultando em desespero, melancolia e
frustração". (Júlio Fontana - Aluno de
Teologia da PUC-RJ. Colaborador das revistas: Inclusividade, Teologia e
Cultura, Religião e Cultura e Correlatio) Citação extraída da resenha Amor,
Poder e Justiça: Análises ontológicas e aplicações éticas de Paul Tillich.
Sérgio Paulo de Oliveira. São Paulo: Fonte editorial, 2004, 110pp. Revista Eletrônica Correlatio n 10 - Novembro
de 2006
O Ser de Deus é inexplicável! A
teologia pode tentar explicar o seu real significado, mas se Ele é amor talvez
só possamos compreender o seu significado através da fé.
Jhenyfer Lelis